Abaixo de mim, após o acionamento da partida elétrica, tudo treme, um tremor ritmado, vai ganhando vida minha parceira de tantos quilômetros. A resposta ao acelerador é imediata, demonstra força e obediência relativa. É um vibrar de vida, de emoção, de estar-se pronto para a partida. E o chão ganha movimento, os objetos ganham relances, o motor ganha o espaço. Sem pretensões, sem grandes velocidades, vou a caminho da estrada, real habitat de minha motocicleta. Ruas e avenidas não são para uma estradeira, são suportáveis por nos conduzirem às estradas. Chega o pavimento largo de alta velocidade. Agora a moto desliza, sua vibração é mínima com o ganho de velocidade, desloco-me lateralmente com pequenos movimentos, suaves nos manetes. O vento cede, o espaço cede, cortamos o ar. Observo a tudo, árvores, morros, a silhueta da estrada, seus ocupantes, sinais luminosos, o barulho do vento, os olhares curiosos..., mas não há como se desvencilhar do som do motor e suas vibrações. A cadência,